quinta-feira, 31 de maio de 2007

Nós, esses infantes

cujos peitos amantes, nunca temem lutar, temos a obrigação de junto dos cavalarianos, artilheiros e de quaisquer outros apaixonados pelo Colégio Militar de Belo Horizonte, procurar reverter o quadro de marasmo no qual está inserido o CMBH.

Antes de qualquer coisa, quem vos escreve é o Mendes, aluno do atual (e cada vez menos unido) terceiro ano do EM. De fato, desde a minha quinta série as coisas mudaram muito. E eu sinto que vivi só o finalzinho da coisa toda, e que deveria ser muito melhor antes de eu entrar. [:p]

Bem, pros antigos alunos, muita surpresa: a maior parte dos projetos nos quais vocês perderam muito tempo, suor e paciência está desmantelada ou nem existe mais. Um desrespeito absurdo com vocês, com as atividades e tradições do colégio, enfim, isso é pouco ruim, perto do fato de que a falta de vontade dos alunos compete de igual pra igual com a falta de vontade dos militares em realizar alguma coisa. Continuando assim, o CMBH só vai ter uma coisa, a única coisa que os colégios não deveriam ter: aulas. =)

Felizmente, a coisa veio à tona recentemente e tende a melhorar. Vamos, então, às novidades, porque eu vou usar esse canal de comunicação para colocar os ex-alunos à par de tudo o que estiver acontecendo, até os meus últimos dias como aluno daquele colégio.

Novidade número um: em meio a tanta inatividade, tantas atividades vetadas, o colégio voltou com o uso do abrigo uma vez por semana. Funcionou, o clima de insatisfação melhorou e os alunos esqueceram de reclamar e se indignar com as coisas, afinal, "abrigo quarta-feira é o que há!". Isso é uma pena, uma pena. Trabalhemos nisso.

Novidade número dois: Amanhã, sexta-feira, 1 de Junho, haverá formatura da Infantaria. Organizamos a cunha, 13 alunos, com mais 300 querendo participar. Uma pena que nem todos possam. Enfim, continuando... Tudo estava pronto, fui até o centro da cidade comprar a fumaça verde que todo mundo gosta. 18 reais, e eu agradeço à APAM por ter emprestado o dinheiro. Será pago o quanto antes pelo grêmio. Enfim, compramos a fumaça, e ela vai ficar na gaveta de algum major, porque o comandante proibiu seu uso. Motivo: em 1932, numa formatura no quartel provisório do acampamento de guerra do exército de caxias, a fumacinha verde provocou alergia em uma pessoa, entre as 357 que estavam no palanque. Reviraram a história e acharam um motivo. Ok, continua a cunha, sem fumaça. Pelo menos a gente vai armado, camuflado, bonitona a coisa toda. Negativo. Nada de fuzil. Tudo porque em Rondonópolis fizeram uma cagada (com o perdão da palavra) muito grande e, bem, o Cel. Menezes não pode arriscar suas medalhas por uma bobaginha como a Infantaria. Nada de fuzil. Aliás, imaginem os infantes, fardados, com capacete, mochila, camuflagem, carregando aquela carabina da guarda de honra! Isso mesmo, aquele rifle de bolso! É... vai ser estranho.
Bem, o comandante queria vetar a cunha, como um todo, mas voltou atrás, o que não impede que nós sejamos impedidos de desfilar amanhã cedo.

Pode parecer que não, mas o Cel. Menezes é infante. Bem, se ele é infante, esqueceu o espírito da Infantaria que um dia morou nele em casa. Mas ultimamente tem sido assim: ou você tem entusiasmo, ou vira oficial.

Até a próxima, e o convite fica, para a formatura de amanhã.
Posto fotos em breve.

Abraço!

2 comentários:

Pedro, o Nogueira disse...

É triste. Todos nós que vimos alguma coisa morrer naquele colégio sabemos como funciona, mas isso definitivamente não faz as coisas serem menos graves.

Realmente, nos idos tempos da minha quinta série (até parece) tínhamos umas formaturas de grêmios faraônicas, aos sábados, frequentemente, com desfiles motorizados extraordinários, soldados de infantaria de todos os tipos e com todas as fardas possíveis pra ilustrar o infante em todas as suas facetas, entre outras coisas cada vez mais espetaculares. Fora o acampamento da infantaria, que era maluquice total, mas era indispensável.

Aos poucos sumiu. Um ano não teve mais tantos motorizados, no outro ja nao tinha nenum, depois só dois soldadinhos ladeando um buto e.. alguém aí ainda se lembra do som do canhão?

Eu me lembro. E espero que todos os ex-alunos ainda se lembrem, porque, como diz esse movimento que emerge aos poucos, alguém precisa manter viva a glória que o CM teve outrora (bem vivo esse amoooor tão juveniiil... ), certo? Portanto, mesmo sem fumacinha, eu estarei na formatura da infantaria amanhã
(e para os incautos, em 1999, 2000, 2001, 2002 e etc teve fumacinha à vontade e ninguém morreu).

CM67/73ROSSI Al556 disse...

Mends, mão na consciência: O Colégio não é feito só de militares...